terça-feira, 29 de março de 2011

TEXTO COLETIVO -- Eixos da CONAE (Documento Final)

A Conae, Conferência Nacional de Educação, realizada no período de 28 de março a 1º de abril de 2010, tem como base e objetivo a concepção de uma educação ampla, capaz de articular os processos educativos que ocorrem dentro do ambiente escolar com aqueles que ocorrem fora, nos diversos espaços sociais frequentados pelos alunos.
Partindo da premissa de que a educação é um direito social inalienável, o documento expõe os desafios que devem ser enfrentados para que de fato isso ocorra. Iremos nos limitar ao eixo I, que tem como título “Papel do Estado na garantia do direito à Educação de qualidade: organização e regulação da educação nacional”. O documento discorre sobre as necessidades de uma educação de qualidade, que podem ser resumidas em políticas sociais e de financiamento.
O Conae busca incentivar o ensino e promover a autonomia do aluno, formando-o como um cidadão capaz de criticar aquilo que lhe é proposto e conhecer os seus direitos e deveres, colocando-os em prática.
Os direitos e deveres que dizem respeito à educação compõem o Sistema Educacional. Ao contrário do que muitos pensam, esse Sistema não é o conjunto de órgãos educacionais, nem tampouco a totalidade de instituições desse gênero. O Sistema Educacional é/está na verdade no processo educacional do cidadão, do início ao fim, de sua adesão ao ensino até a sua saída validada. E é dada a essa concepção de Sistema que podemos dizer que o Sistema Educacional brasileiro não está consolidado.
Tal consolidação seria facilitada pela união das redes Municipal, Estadual e Federal, que trabalhando em cooperação para o cumprimento dos direitos e deveres do cidadão, fariam da educação brasileira um fato e não uma promessa.
No eixo II do Conae “Qualidade da educação, gestão democrática e avaliação”, é discutido o oferecimento desse ensino por meio de uma gestão democrática, e das avaliações que servem como retorno ao trabalho desenvolvido em cada escola.
O conceito de gestão democrática é entendido como a cooperação das diversas esferas e dos sujeitos envolvidos no processo educacional: especialistas da educação (diretores e coordenadores), professores, família, funcionários e a comunidade onde a escola se insere. Refletimos o motivo da gestão democrática ser fator de melhoria do ensino, com base na página 43 do documento que diz “Para tanto, exige a definição dos conceitos de autonomia, democratização, descentralização, qualidade e participação, conceitos esses que devem ser debatidos coletivamente, para maior legitimidade e concretude no cotidiano.”
A avaliação é um indicativo da qualidade e efetivação do subsistema nacional e, dessa forma, servirá como mostra dos fatores positivos e os que precisam melhorar com base no que foi discutido no coletivo. O documento refere: “A avaliação deve ter caráter participativo, fundamentado em princípios éticos, democráticos, autônomos e coletivos.”. Quando esses fatores estiverem presentes a educação terá melhorias qualitativas e não apenas quantitativas de ensino.
A democratização da educação é o ponto principal tratado no eixo III “Democratização do acesso, permanência e sucesso escolar.” Essa democratização é entendida como sendo o aumento da oferta de vagas nas instituições de ensino público, básico e superior, para aumentar o acesso da população à educação. Contudo, é importante destacar que esta democratização não se limita ao acesso à instituição educativa uma vez que, acima de tudo, torna-se necessário garantir que todos os ingressantes tenham condições de permanência dentro dela, com sucesso e qualidade, estando, este sucesso, ligado ao respeito às diferenças e a uma trajetória escolar sem interrupções.
Para que isto aconteça, uma gestão democrática das instituições de ensino deve gerar a democratização da educação. A gestão democrática é um meio pelo qual todos os seguimentos que compõem o processo educativo participem da definição dos rumos que as instituições de educação devem tomar e da maneira de implementar essas decisões em um processo contínuo de avaliação das ações.
Nesse eixo é também discutido o aumento do acesso à Educação infantil, já que esta é, ainda hoje, insuficiente em nosso país. Fala-se da garantia de um atendimento em período integral, em todos os níveis de educação, para aqueles que desejarem e que os profissionais dessa área tenham nível superior de formação. O documento afirma que essa inovação, a educação em tempo integral, precisa atentar para a infra-estrutura das escolas, para a reformulação do projeto político-pedagógico e formação dos professores para que estes possam trabalhar nesse novo modelo educacional.
Defende -se, também no eixo III:
A ampliação do Ensino fundamental para nove anos certificando-se que o ingresso aconteça aos seis anos de idade, garantindo que o espaço físico e os materiais estejam adequados a essa faixa etária;
A expansão da educação pública profissionalizante, que deve ocorrer de maneira a beneficiar a comunidade através de suas pesquisas para a solução de problemas; A implantação de uma política que garanta a transversalidade da educação especial transformando o Sistema Educacional em Sistema Inclusivo que contemple as diferenças visando à (igualdade ????), incluindo aqui o EJA para que este proporcione uma formação integral aos seus alunos.
A escola, com o seu papel de proporcionar um ambiente de inclusão digital, deve fazer uso das tecnologias e de conteúdos multimidiáticos. Para isso precisa garantir a formação continuada de seus professores e a manutenção de seus recursos tecnológicos. Deve também estimular e apoiar a formação de leitores através da manutenção das bibliotecas e reconhecer a cultura local que envolve o ambiente escolar, para melhor desenvolver o projeto político-pedagógico dentro dele.
O eixo IV – “Formação e Valorização dos Profissionais da Educação”, enfoca a formação inicial e continuada dos professores, com a garantia de que esta seja de qualidade.
Destaca-se como pontos principais: sólida formação teórica e interdisciplinar, desenvolvendo a união entre teoria e prática; ampliação do conhecimento pela reflexão, análise e problematização; habilidades para o uso das tecnologias de informação e comunicação e formação dirigida à educação inclusiva e ambiental.
O eixo propõe a criação de leis que assegurem políticas em favor dos profissionais da educação, como acesso à concursos públicos, melhores condições de trabalho e carreira, ofertas de graduação e pós-graduação financiadas pelo poder público.
Uma pergunta que emerge é com relação ao Ensino Fundamental de nove anos: Será que o professor está preparado para trabalhar nesse novo modelo escolar?
O Eixo V do Documento Final da CONAE trata basicamente do financiamento da educação, em seus diversos níveis e modalidades. Partindo da Constituição Federal de 1988, o Eixo apresenta a “educação como um direito social”, devendo ser provida pelo Estado e pela família. Assim, a maior problemática colocada por esta seção se concentra na insuficiência de recursos destinados pelo Estado à educação, o que seria amenizado através da efetiva criação de um sistema nacional de educação articulado e de um regime de colaboração bem regulamentado entre os entes federativos – necessidade que se mostra imperativa em todos os outros Eixos do documento.
Além da implantação do Sistema Nacional de Educação- SNE, articulado e do regime de colaboração, o Eixo impõe como imprescindível a elaboração e aprovação de uma reforma tributária ampla e justa, que favoreça um maior investimento no campo educacional. É apontada ainda como necessária a ampliação da percentagem do PIB destinada à educação: a expectativa é que se atinja 10% até 2014, sendo que nas escolas de tempo integral, essa percentagem sobe para 25%.
Para além dos recursos insuficientes, o Eixo também explora a desigualdade regional como outro desafio a ser vencido pelo Estado no que tange à oferta de uma educação de qualidade para todos. Para diminuir tal desigualdade, deve ser tomado como referência o mecanismo do custo aluno/a-qualidade, ou seja, “o conjunto dos insumos exigidos para a adequada relação de ensino-aprendizagem nas escolas públicas brasileiras que oferecem a educação básica”1. Será de responsabilidade da União contribuir mais diretamente com aqueles municípios que não conseguirem atingir a média nacional do Custo Aluno Qualidade - CAQ.
Apesar de tratar criticamente das problemáticas acima citadas, o Eixo V apresenta uma iniciativa que já nos encaminha a uma maior competência no que se refere ao financiamento da educação: a criação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que veio substituir o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental). Como o próprio nome já diz, o avanço proposto pelo Fundeb consiste essencialmente em ampliar o financiamento a toda a educação básica – e não apenas restringi-lo ao Ensino Fundamental –, o que representa uma visão sistêmica de educação, uma vez que integra Educação Infantil, Ensinos Fundamentais I e II e Ensino Médio, além de prover também grande parte da Educação de Jovens e Adultos. É certo que o Fundeb ainda não atendeu a todas as demandas a que se propõe, porém já é um dos primeiros passos em direção a um financiamento mais adequado da educação brasileira.
Desta forma, podemos concluir que existe a necessidade de um trabalho conjunto que vise à melhoria do ensino apoiada em bases sólidas, para o desenvolvimento da educação garantindo seu objetivo principal: a boa qualidade e a universalização. Nesse sentido, o Eixo V finaliza a abordagem de sua temática ressaltando a importância de um acompanhamento e de um controle social sérios e competentes no que se relaciona ao financiamento da educação brasileira; somente assim, com as reformas propostas e esse controle social, podemos seguir rumo a uma educação de qualidade para todos.

1. Conferência Nacional de Educação – 2010: Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. Disponível em: http://conae.mec.gov.br/images/stories/pdf/pdf/documentos/documento_final_sl.pdf, p. 104.

segunda-feira, 14 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

ATENÇÃO ALUNOS DA DISCIPLINA

Por favor, desconsiderem o blog anterior, cujo endereço é
http://ep376b.blogspot.com, pois a ferramenta está apresentando problemas de postagem. Passaremos a utilizar este blog de agora em diante.
Profa. Maria Teresa

Temas a serem trabalhados nos estágios

Olá,
Seguem os temas escolhidos:

- uso de tecnologias na educação
- aprendizagementre pares
- bullying
- inclusão
- relação com coordenação pedagógica e gestor
- rotina da sala de aual
- uso de recursos de ensino
- planejamento das aulas
- avaliação
- ensino apostilado
- arte na escola
- resolução de conflitos
- relacionamento coma família e comunidade
- apoios à aprendizagem
- novos pilares da educação
- conceitos da educação não formal
- sexualidade

Grupos de estudo

Os grupos foram assim constituídos:

Grupo 1

Bárbara
Bianca
Rafaela
Marina
Flávia Lia

Grupo 2

Laura
Layra
Natalia
Amanda
Carol
Sara

Grupo 3

Jennifer
Jessica Lizandra
Tamires
Daniel

Grupo 4

Aline
Giovana
Ligia
Mariana
Laís
Daiane
Larissa

Grupo5

Gilka
Daniela
Marisa
Lorraine
Chris

Plano da Disciplina

Universidade Estadual de Campinas – Unicamp
Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
ED 376 -Prática de Ensino e estágio Supervisionado -anos iniciais do Ensino FundamentalTurma B
Blog http://ep376b.blogspot.com

Prof. Responsável: Maria Teresa Eglér Mantoan
1º. Semestre de 2011
Dia da semana : 3ª. feira
Horário das 14 às 17 horas
Limite de alunos : 40 ( vinte)
Aceito alunos especiais, que não excedam a 3 (três)

Plano da disciplina

Ementa

A disciplina trata da organização pedagógica das escolas das práticas educativas nelas desenvolvidas. Constitui um momento de formação em que os alunos entrarão em contato direto com o cotidiano escolar . Discute de forma ampliada questões centrais e periféricas da desse cotidiano com base em estudos teóricos e discussões presenciais e no ambiente virtual da disciplina.

Conteúdos

A sala de aula e os procedimentos adotados pela escola em relação à gestão do conhecimento
Relações interpessoais no/do cotidiano das escolas

Atividades

Aulas presenciais atividades , nas escolas e no ambiente virtual da disciplina, produções intelectuais individualizadas, trabalhos em grupo.

AvaliaçãoConstará da participação nos trabalhos acima descritos e de uma auto-avaliação do desempenho dos alunos em todas as atividades do curso.

Bibliografia

ALVES, Nilda. e LEITE GARCIA, Regina. (orgs.).O sentido da escola. Rio de Janeiro/RJ: D P& A., 1999.

AQUINO, Julio. (org) . Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 1988.

BRANDÃO, Zaia. (org.). A crise dos paradigmas e a educação. 3ª edição, São Paulo: Cortez, 1994.

BRASIL, MEC. Conferência Nacional de educação - CONAE 2001 , Documento Final. Brasília: 2010.

ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 3ª edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

FERREIRA, Gláucia de Mello (org). Palavra de Professor (a): tateios e reflexões na prática da pedagogia Freinet.Campinas:Mercado das LetrasEdições e Livraria LTDA.,2003.

GALLO, Silivio. (2003).Deleuze & a educação. BH: Autêntica.

IMBERNÓN, F. (2000). A educação no século XXI – os desafios do futuro imediato. Porto Alegre: Artes Médicas.

LARROSA, Jorge. e PÉREZ de LARA, Nuria. (orgs.) . Imagens do outro; tradução de Celso Márcio Teixeira. Petrópolis/RJ: Vozes, 1998.

LARROSSA, Jorge.(1999). Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntic.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér.(2005). Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Editora Moderna.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér (org.) (2001). Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo : Editora Moderna.


MORIN, E. (2000). Os sete saberes necessários à educação do futuro. Trad. Catarina E. F. da Silva e Jeanne Sawaya – ver. Edgard de Assis Carvalho. São Paulo: Cortez; BRASÍLIA, DF: Unesco.

MORIN, E. (2001) A cabeças bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

NAJMANOVICH, Denise (2001). O sujeito encarnado - questões para pesquisa no/do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A:SEPE.

PIERUCCI, Antonio Flávio ( 1999). Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34.

RANCIÈRE, Jacques. (2002). O mestre ignorante. Cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica.


SILVA, Tomás Tadeu da (org.).(1994). O sujeito da educação: estudos foucaultianos.
Petrópolis, RJ: Vozes. .

Outras fontes:

• filmes;
• trabalhos não publicados e apresentados em congressos, simpósios encontros ( anais);
• livros de autoria de sociedades, associações, entidades públicas e similares;
• artigos em jornais e de revistas especializadas ou não especializadas, entrevistas;
• documentos oficiais: federais, estaduais e municipais;
• pareceres, deliberações;leis, cartilhas sobre direitos humanos
• materiais não impressos: filmes, fitas cassete;
• apostilas e outros.

Dias de aulas presenciais (UNICAMP)

Seguem os dias de aulas presenciais do semestre:

fevereiro_ 22

março - 15, 29

abril - 12, 26

maio - 10, 24,31

junho - 14, 28

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sejam Bem- Vindos

Prezados alunos!

Esta é uma ferramenta a mais que nos apoiará no desenvolvimento de nossos estudos sobre a escola.