terça-feira, 28 de junho de 2011

Reflexões sobre Avaliação

O sistema de avaliação presente no nosso país é aquele que, como diz Maria Teresa Esteban “se vincula à necessidade de atender às crescentes demandas sociais de educação reduzindo ao máximo o investimento público. Com o crescimento da população escolarizada, a avaliação educacional adquire duas funções básicas, de natureza econômica, demarcadas pela ideologia do progresso e da competição”. Ou seja, essa avaliação se apóia no estabelecimento de um padrão, servindo como termo de comparação, diferenciação, classificação e exclusão.
A escola não deve ser um local que exclui e me pergunto: Como educar da mesma forma (usar sempre o mesmo procedimento para todos) pessoas tão diferentes? Que tem pensamentos, idéias e atitudes diferentes. Não há como, a meu ver, padronizar uma sociedade, uma educação, um sistema de avaliação.
Para mim a avaliação deve ser constante, e não apenas medir o quanto o aluno sabe em um dia, com uma prova ou atividade valendo nota, isso torna o processo muito relativo. E foi isso que percebi no meu estágio. A escola impõe que o professor dê provas para avaliar o rendimento, porém a professora da minha sala faz uma avaliação constante, ela dá nota pra todos os trabalhos que os alunos fazem, como interagem em sala de aula, etc. Ela sempre conversa com a coordenação sobre cada aluno, não se baseando apenas na idéia de “aluno bom porque tirou 10 na prova”, mas se o aluno não foi tão bem assim ela sempre frisa o quanto ele é inteligente pelas suas atitudes em sala de aula.
O estágio me ajudou a ver que, mesmo o sistema impondo um padrão, é possível irmos além, de forma a melhorar, mesmo que seja um pouquinho, a educação.
Ainda citando Maria Teresa Esteban “O projeto de avaliação, em suas diversas formulações práticas, está demarcado por uma concepção que associa a aprendizagem à memorização e à repetição do ensinado. Nesta perspectiva é difícil distanciar medida, classificação e mérito da concepção de avaliação.”. Nesse trecho percebemos o quanto é difícil lutar contra esse aprendizado, marcado pela memorização e repetição. É preciso que o professor crie diversas ferramentas que visem o contrário, o esperado, ou seja, o aprendizado verdadeiro.
Acredito que a profissão de professor é uma busca constante, um aprender constante, e uma luta constante contra essas concepções errôneas de educação.


REFERÊNCIA:

ESTEBAN, Maria Teresa (autor). O que sabe quem erra?: reflexões sobre avaliação e fracasso escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 198p.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Considerações...

Dentro de uma sala de aula, é o momento que tudo começa a modificar, nossas teorias acerca dela, nossos medos e nossos anseios, pois quando se entra nela nossos pensamentos começam a tomar forma, e nossas vivências a tomar sentido.
Acompanho em meu estágio a vida em uma sala de aula, porém tudo que se passa dentro dela, não é tudo que posso acompanhar. A partir dessa experiência, trago a formação de como uma escola tem milhares de situações acontecendo em um mesmo instante dentro dela.
As vidas que são compartilhadas por lá, são muitas vezes deixadas de lado, como um problema sistemático, de não preocupação com a educação em nosso país. Quando digo que são deixadas de lado, não se pode culpabilizar somente a escola, mas notar todas as políticas púbicas que permeiam a educação brasileira, se elas estão cumprindo com sua parte tanto quanto a escola, pois se estamos onde estamos é porque vem de muitos anos atrás este método de “descaso”.
A atual forma da escola acaba excluindo muitas pessoas dela, que não atingem o seu denominado “padrão”, também o que é certo ou errado para ela, se torna uma verdade suprema, isto causa uma grande distinção na vida dos alunos e muitas vezes um grande abalo emocional e social. As experiências das crianças não se tornam parte da aula ou de uma disciplina, mas são colocadas de lado e olhadas com pouca importância, sendo que elas muitas vezes poderiam ser utilizadas como ponto fundamental da relação aluno/aluno e aluno/professor.



Referência bibliográfica:
Livro : O sentido da Escola
Nilda Alves( org,), Regina Leite Garcia( org.), Sílvio Gallo, Edgar Morin e Carlos Eduardo Ferraço