segunda-feira, 25 de abril de 2011

Resolução de Conflitos

Conflitos ocorrem com freqüência dentro da sala de aula. A forma de lidar com eles é que diferencia de uma sala para outra. A frase mais escutada em meu estágio é: - Tia, ele bateu em mim. E o que fazer diante das constantes brigas?
Os conflitos mais comuns são resolvidos em sala de aula mesmo, com a professora, já aqueles considerados mais graves, são levados para a direção. Certa vez, um aluno bateu em outro na hora do recreio. Ele foi levado para a diretoria (terceirização do conflito) e a professora conversou com a classe a respeito de brigar e bater nas pessoas. O diálogo ocorreu mais ou menos assim:
Profª: - O que vocês pensam que vocês vêm fazer aqui na escola todo dia de manhã? Vocês pensam assim: ah, hoje eu vou à escola para apanhar, ou, hoje eu vou à escola para bater nas pessoas. É isso que vocês pensam antes de vir para a escola?
Aluna: - Não. Eu venho pra escola pra assistir sua aula professora.
Profª: - Pensou se eu também decido bater em vocês para resolver as coisas? Isso ia ser legal? Que confusão não ia ser? Precisamos ter mais respeito com os outros, não devemos brigar e bater no colega, porque isso não é certo e acaba machucando o outro.
Percebe-se que os alunos têm consciência que não se pode bater nos outros, porque quando a professora pergunta eles respondem, mesmo que não falem, eles fazem sim ou não com a cabeça.
Muitos estão na fase heterônoma, onde a regulação do comportamento é controlada por fatores externos (adultos, câmeras, punições), ou seja, os alunos têm consciência da regra, mas só cumpre quando tem um adulto por perto, nesse caso a professora. Como formar um sujeito autônomo? Acredito que esse trabalho deve ser feito constantemente, com a realização de atividades que desenvolvem a prática do respeito mútuo, da cooperação e do companheirismo. É muito importante criar regras para uma boa convivência e fazer isso juntamente com os alunos, pois somente sendo autor e estando de acordo com a regra elaborada, o aluno vai assumir o compromisso de cumpri-la, pois haverá assim, um sentido incorporado à regra.
Entendo a atitude da professora quando ela ignora alguns conflitos, pelo fato de haver uma pressão relacionada com o dever de cumprir com alguns critérios impostos pelo Estado. Há uma rotina, horários, um planejamento a ser dado e como cuidar de questões como a resolução de conflitos (conteúdo que não consta na grade curricular, portanto considerado como algo a parte) se há uma série de conteúdos a serem ensinados?
O conflito é necessário para o desenvolvimento da criança e deve ser trabalhado na escola e não ser omitido ou resolvido rapidamente. Devemos lembrar que a escola é uma instituição formadora, portanto não precisa usar mecanismos de contenção (câmeras e castigos) como forma de vigiar e punir. Outras formas de resolver os conflitos é excluir o aluno em um canto da sala, censurar, ameaçar com provas, transferir o problema para os pais ou para a direção, expulsar o aluno da sala de aula (a exclusão, expulsão do aluno e terceirização do conflito são as formas que observei no estágio). Em um ambiente assim, a dificuldade de criar um sujeito autônomo aumenta.
O estágio é muito importante para termos o contado e analisar os diversos conflitos existentes, para que assim quando assumirmos a responsabilidade de um(a) educador(a) possamos estar preparados para lidar com as situações conflitantes, e fazer o possível para desenvolver a autonomia de nossos alunos.

3 comentários:

  1. A primeira frase do texto de Laís me chamou atenção: "Conflitos ocorrem com freqüência dentro da sala de aula. A forma de lidar com eles é que diferencia de uma sala para outra".
    Como colocou a amiga, os conflitos fazem parte do ambiente escolar a postura do professor é que acredito eu, fará a diferença. Mandar o aluno para a diretoria não basta e não resolve o conflito, pensar em uma maneira de resolver os conflitos juntamente com os alunos pode ser uma boa saída, pode criar autonomia nas crianças. Nossa reflexão e postura como educadores nestes conflitos é primordial para a sua resolução e própria formação dos alunos.

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  2. Realmente conflitos ocorrem com freqüência dentro do ambiente escolar e é muito importante a maneira como o professor procura resolvê-los.
    Em meu estágio também observo que muitas vezes os alunos são levados à diretoria para lá resolverem a questão, quando a professora se vê impossibilitada de resolver o problema ou mesmo para não atrapalhar o andamento da aula.
    Percebo que muitas vezes os comportamentos das crianças também são controlados por fatores externos, como ficar sem recreio, ir para a diretoria, levar uma bronca da professora, e isso não basta, pois na ausência desses fatores a criança poderá se sentir na liberdade de realizar a ação indesejada, como bater nos colegas, xingar, etc.
    Concordo com a Laís que é necessário que se trabalhe constantemente, através de atividade que proporcionem o trabalho coletivo, a cooperação, o respeito mútuo, para assim criar na criança a consciência da importância do outro.

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  3. Na sala em que faço estágio é muito diferente. Há conflito sim, principalmente nessas "brincadeirinhas" de empurrar e bater que os meninos parecem, a meu ver, ter q fazer. Porém a professora sempre conversa com eles, as vezes nem é preciso a intervenção dela, eles mesmos percebem que machucou o amigo e pedem desculpa.
    Acredito que essa seja uma sala de aula que promova a autonomia.

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