segunda-feira, 23 de maio de 2011

Diferenças e Preconceito

O preconceito faz parte do nosso comportamento cotidiano, com frequência nos defrontamos com atitudes preconceituosas, seja em gestos, atos ou palavras. A sala de aula não foge disso. Trabalhar com essa questão, não é uma das tarefas mais fáceis do professor.


Junto com a atitude de preconceito, que é a noção formada pelo outro, existe a intolerância, que é a negação do outro como tal. O verbo "tolerar" tanto pode dar a entender a atitude de quem é tolerante, no sentido de paciente, compreensivo, quanto a atitude de suportar o outro, se submeter a conviver com algo que lhe é avesso, mas não reage negativamente e opositivamente.


A prática da tolerância é um aprendizado que se faz no cotidiano do processo educativo entre diferentes e iguais. "Tolerar é admitir a liberdade da existência desse outro, o direito desse outro ser diferente de mim, seja na maneira de pensar, de agir, de crer e, enfim, da liberdade de ser. A prática da tolerância como prática de liberdade, por conseguinte, não pode ser trabalhada com indiferença, e não há dúvida de que, em certos momentos, requer um desempenho com responsabilidade, e sobretudo com muita paciência por parte do professor" - Alice Itani.


Olhar a especificidade da diferença é instigá-la e vê-la no plano da coletividade. Pensar numa escola pública de qualidade é pensar na perspectiva de uma educação inclusiva. É questionar o cotidiano escolar, compreender e respeitar o jeito de ser de cada pessoa.


A escola é o espaço onde se encontra a maior diversidade cultural e também um dos lugares mais discriminadores. Por isso trabalhar as diferenças é um desafio para o professor, por ele ser o mediador do conhecimento, ou melhor, um facilitador do processo ensino-aprendizagem. Trabalhar as diferenças não é uma tarefa fácil, porque para lidar com elas é necessário compreender como a diversidade se manifesta e em que contexto.


Apesar de sabermos que é impossível criar uma escola igual para todos, é preciso acreditar que seja possível a construção de uma escola que reconheça que os alunos são diferentes, que possuem uma cultura diversa e que repense o currículo, a partir dessa realidade existente dentro de uma lógica de igualdade e direitos sociais.


AQUINO, J.G. Diferenças e Preconceito na Escola - Alternativas Teóricas e Práticas. In: AQUINO, J.G. Vivendo o preconceito em sala de aula. São Paulo: Summus, 1998.

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