segunda-feira, 23 de maio de 2011

Reflexões sobre o estágio

A partir das situações vivenciadas em meu estágio, (que está sendo desenvolvido em uma sala de 1º ano com crianças entre 6 e 7 anos) e das leituras feitas, tenho refletido sobre algumas questões como a rotina de sala de aula e o ritmo de aprendizagem dos alunos, levando em conta as diferenças existentes entre as crianças; como os envolvidos no processo de aprendizagem lidam com isso e quais alternativas podem proporcionar um ambiente de melhor qualidade para a aprendizagem.

A professora em todas as aulas segue uma rotina, um mesmo esquema de aula, de que forma geral se dá da seguinte maneira: 1. Logo no início das aulas ela realiza uma Leitura; 2. Escrita do Alfabeto; 3. As crianças registram no caderno as atividades que irão desenvolver no dia, o que é chamado de rotina de aula e que é exposta na lousa; 4. Lanche; 5. Atividade - que envolve pintura, escrita, filme, uso do Material Didático “Ler e Escrever” do governo, idas ao Laboratório de Informática, etc. Em todas as atividades desenvolvidas no dia, aqueles que terminam primeiro podem escolher algum livro que se encontra em uma caixa no fundo da sala para realizarem a leitura, até o início da próxima atividade.

O que tenho observado é que a atividade de registrar a rotina de aula no caderno tem se tornado mecânica, cansativa e sem sentido para as crianças, pois o que prevalece nela não é o aprender, e sim copiar tudo o que está escrito para a professora elogiar e poder pegar algum livro para ler. Muitas crianças reclamam comigo que estão cansadas, que não querem mais fazer a tarefa, e até mesmo me pedem para copiar por elas. Além disso, nesse momento do dia ocorre certa disputa entre os alunos para ver quem termina primeiro, e aqueles que não terminam são vistos e apontados pelos próprios alunos como lerdo, que nunca fazem a atividade.

Essas crianças não acompanham o ritmo de aprendizagem da maioria por diversos motivos, tais como: falta de interesse pela atividade, dificuldade de concentração, dificuldade de escrita e de acompanhar o que está escrito na lousa. Elas não atendem a expectativa da professora, que é terminar a atividade no tempo estipulado, não tendo as características que se espera de um aluno “normal”.

O ritmo que prevalece é o da maioria. Quando grande parte da turma termina a lição a professora já passa para outra atividade. Isso gera um sentimento de frustração pelos alunos que nunca conseguem concluir o que foi proposto pela professora, o que gera comentários dos demais alunos.

Diante dessa situação destaco um trecho que se mostra como uma alternativa de ação diante dessas situações que são tão comuns no contexto escolar: “Para ensinar a turma toda, temos de propor atividades abertas, diversificadas, isto é, atividades que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os que sabem mais ou os que sabem menos” (MANTOAN, 2008, p. 62), o que requer um melhor planejamento das aulas.

Levando em consideração a etapa de ensino em que estão, um 1º ano do Ensino Fundamental, é possível dizer também que as crianças estão em um período de adaptação, pois acabaram de sair da pré-escola, onde as atividades exigiam menos esforço, disciplina e concentração, tornando-se assim necessário que a professora tenha a sensibilidade na hora de escolher as atividades, buscando despertar o prazer pelo aprender, pois “a sala de aula pode ser um espaço de imenso prazer e alegria e que não são incompatíveis o aprender e o prazer, ao contrário, talvez o que de melhor se aprenda na escola seja o prazer de aprender”. (ALVES; GARCIA, 1999, p. 60).


Bibliografia

ALVES, N. e GARCIA, R. L. (Org.). O Sentido da Escola. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

MANTOAN, M. T. E (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

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